Crédito: Thomas Bresson/Wikimedia Commons
Palestrante – Jaqueline Era Beggs – Universidade de Auckland (Nova Zelândia)
Data: 29 de setembro
Resumo da apresentação
A temática do impacto de espécies exóticas tem sido abordada de modo crescente em estudos que enfocam populações e comunidades nativas, assim como seus impactos em níveis ecossistêmico, social e econômico. A Dra. Jaqueline Era Beggs, da Universidade de Auckland, abriu sua palestra sobre este tema de modo inusitado. Iniciou entoando um cântico antigo inspirado em cantos de aves e seguiu com uma gravação atual, onde o zunido de vespas exóticas, do mesmo habitat florestal, é dominante. Assim ela chamou a atenção para a presença, em grande abundância, de vespas exóticas (Vespula) na Nova Zelândia.
Ela enfatizou que a invasão biológica é um componente-chave para mudanças ambientais, reduzindo os serviços ecossistêmicos, restringindo a manutenção da diversidade biológica e levando à homogeneização da biodiversidade global. A palestrante mencionou que milhares de insetos tenham sido introduzidos em novas áreas em todo o mundo. Os insetos invasores podem causar uma série de impactos sobre espécies nativas, tais como a predação, a competição por recursos alimentares, a interrupção dos serviços de polinização, ou ainda alterar a ciclagem de nutrientes. Tal situação se evidencia na lista global das espécies ameaçadas de extinção (IUCN Red List), na qual a ameaça de 2.298 espécies foi relacionada ao impacto de organismos invasores e doenças.
Beggs considera que os mecanismos de invasão podem ser complexos e, com o envolvimento de várias espécies, podem operar em diferentes escalas e potencialmente interagir em cascata, o que torna difícil prever o impacto futuro inclusive para estabelecer prioridades para investimentos no gerenciamento de espécies invasoras. Ela ressaltou a expectativa de que espécies invasoras explorem lacunas funcionais na biota nativa.
Também destacou que a comunidade científica está buscando o controle das vespas exóticas na Nova Zelândia com o uso de tecnologias inovadoras como RNAi, ácaros, patógenos e feromônios.
Por Betina Blochtein – PUC-RS