Estudo – Polinização com abelhas solitárias (Mason Bees) na Suíça: sucesso recente e futuros desafios

Estudo – Polinização com abelhas solitárias (Mason Bees) na Suíça: sucesso recente e futuros desafios
setembro 27 12:39 2016 Imprimir este artigo

Palestrante: Claudio Sedivy – Wildbiene + Partner

Data: 26 de setembro

Resumo da apresentação

O autor apresentou uma importante inovação no sistema de produção e comercialização das abelhas solitárias Osmia bicornis e Osmia cornuta.

Essas abelhas são consideradas as mais eficientes polinizadoras de plantas frutíferas na Europa porque carregam grandes quantidades de pólen no ventre do abdômen. Porém, como são solitárias, ou seja, não formam colônias como as abelhas melíferas, são difíceis de manejar e multiplicar.

Elas fazem seus ninhos em cavidades de bambu ou em buracos na madeira e se reproduzem apenas uma vez por ano. Permanecem em estágio imaturo dentro do ninho durante o inverno e nascem apenas quando a primavera chega.

O pesquisador utiliza um sistema de captura dessas abelhas por meio de ninhos-armadilhas. Bambus vazios são espalhados em diversas áreas para atrair as fêmeas e obter novos ninhos.

Essa não é a inovação, esse método já é usado há bastante tempo, inclusive no Brasil, para estudar abelhas solitárias. A inovação está no sistema de comercialização dessas abelhas. Depois que o bambu está ocupado com várias células de cria, ele aluga esses ninhos para agricultores durante a floração da cultura-alvo e depois recolhe os bambus, que contêm novas células de cria construídas pelas fêmeas, multiplicando assim o número de abelhas sob sua administração.

Em 2013 ele possuía cerca de 20 a 30 mil abelhas. Usando esse sistema de aluguel e devolução dos ninhos, ao longo de três anos, ele conseguiu aumentar seu plantel para um milhão de indivíduos em 2016. A previsão para crescimento é muito otimista, mas ele alerta para os novos desafios logísticos e com pragas e parasitas que certamente surgirão com o crescimento da atividade.

Esse sistema tem potencial para ser impantado no Brasil para as abelhas que polinizam a acerola e o muruci, conhecidas como abelhas de óleo.

Por Cristiano Menezes – Embrapa Amazônia Oriental